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Brasil

40% da mortalidade de pacientes com aids está ligada a diagnóstico tardio

15 Fev 2011 - 13h28Por

Estudo inédito coordenado pelo pesquisador da Universidade São Paulo (USP) Alexandre Grangeiro mostra que 40% da mortalidade de aids no Brasil está associada ao diagnóstico tardio, o que poderia explicar a pequena redução da taxas de óbito na década.

Em 2001, foram registradas 6,4 mortes a cada 100 mil habitantes. Em 2009, o índice foi de 6,2 por 100 mil habitantes.

"O fim do diagnóstico tardio poderia gerar uma redução na mortalidade equivalente àquela registrada com o início do uso de remédios antiaids", avalia o pesquisador. Com os antirretrovirais, a taxa de mortalidade pela doença foi reduzida em 43%.

Se o diagnóstico tardio fosse superado, essa queda poderia chegar a 62,5%. "A identificação de pacientes poderia ter poupado a vida de 17 mil pessoas em quatro anos", calcula Grangeiro.

Outro dado apontado pelo trabalho explica o motivo: uma pessoa que inicia tardiamente o tratamento tem um risco 49 vezes maior de morrer do que outra que começa o acompanhamento no período adequado.

O diagnóstico tardio é um problema há tempos identificado pelas autoridades sanitárias. Mas, até o trabalho conduzido por Grangeiro, não havia dados que revelassem o impacto dessa demora nas estatísticas de morte.

Para fazer o estudo, o grupo acompanhou dados de mortalidade de pacientes atendidos nos serviços públicos do País entre 2003 e 2006. Dos 115.369 pacientes analisados, 43,6% iniciaram tardiamente o tratamento.

Um porcentual classificado com mediano, em relação a outros países. No continente africano, a taxa de diagnóstico tardio em boa parte dos países é de cerca de 70%. Entre países desenvolvidos, esse índice chega a 20%.

"O problema ganha dimensões importantes quando analisamos as condições do Brasil, em que pacientes têm garantido o acesso a um tratamento eficaz", ressalta Grangeiro. Do grupo analisado no trabalho, 12% morreram nos primeiros 20 dias da chegada ao serviço de saúde.

Mais afetados. O diagnóstico tardio, de acordo com trabalho, é mais frequente entre homens, pessoas com faixa etária acima dos 40 anos, residentes das Regiões Norte e Nordeste.

Justamente o perfil do grupo de pessoas que têm menor acesso a serviços de saúde.

O diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Dirceu Greco, afirma que o governo federal está atento ao problema.

Ele observa que várias iniciativas vêm sendo adotadas ao longo dos últimos anos: a oferta de testes rápidos e campanhas informando a importância do diagnóstico precoce.

O primeiro grande movimento foi desencadeado em 2003, com o Fique Sabendo.

"Mas, como outras ações na saúde, não há um caminho único para solucionar o problema. A estratégia da Região Sul, por exemplo, pode não ter o mesmo impacto na Região Norte", observa.

Uma das ações consideradas importantes é o esclarecimento nas escolas. "O chamado se multiplica: ele não fica apenas entre alunos, porque eles levam a informação para casa", observa.

Grangeiro e Greco atribuem o atraso do diagnóstico a uma série de fatores. Parte da população tem dificuldade de acesso a serviços de saúde; outra, resiste em procurar médicos.

"Mas há ainda dois fatores fundamentais: pessoas não se consideram sob o risco da infecção, além do estigma que ainda envolve a doença", aponta Greco.

Informação. O diretor diz que uma política que deverá ser reforçada nos próximos meses o deixa confiante: a difusão de informações por meio da atenção básica.

"Para atendimento de casos diagnosticados, temos uma rede bem estruturada. Precisamos ofertar na atenção básica uma rede de diagnóstico também com capilaridade e boa organização."

Uma das apostas é a de reforçar o trabalho de informação por meio de agentes do Programa de Saúde da Família. "Eles não fariam o exame, mas alertariam sobre a importância de sua realização", diz Greco.

Grangeiro avalia que o esforço adotado pelo governo nos últimos anos foi fundamental para reduzir o diagnóstico tardio. "Houve uma melhora importante, mas entre a população em geral", observa.

Ele ressalta que, entre grupos com maior risco da doença (homens que fazem sexo com homens e profissionais do sexo, por exemplo), o impacto de campanhas não apresentou o efeito esperado.

"Eles se mostraram mais refratários a essas ações gerais. Algo que deixa clara a importância de reforçar medidas específicas." (O Estado de S.Paulo)

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