Os agentes de saúde do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), entraram em greve nesta terça-feira em Campo Grande.
A paralisação foi concentrada no bairro Estrela do Sul, região norte da cidade. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde Pública do Município (Sintesp), Amado Cheikh, o principal objetivo é que a categoria passe a ganhar por produtividade.
Os manifestantes trabalham no combate à dengue, doença que matou 22 pessoas de janeiro a novembro do ano passado.
Amado afirma que aproximadamente 900 trabalhadores compõem o quadro do CCZ, porém 30% do efetivo continuam trabalhando conforme determina a lei no caso de greve.
Segundo o presidente do sindicato, o indicativo de greve foi votado no dia 26 de dezembro e desde então os agentes começaram a colher assinaturas da população que apóia as reivindicações da categoria. "Queremos que a prefeitura cumpra a o código de ocupação federal, que é de 2002. Ele se aplica aos estados, municípios e a União”, diz.
Amado explica que o código dispõe sobre as atribuições dos agentes de saúde, que teria que sere diferenciadas, na interpretação da entidade.
“A gente teve a carga de trabalho aumentada. Agora a gente é responsável por borrifação, zoonoses, combate a dengue, leishmaniose, dedetização, vetores. É óbvio que quando se aumenta o trabalho tem que aumentar o salário”, finaliza.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da prefeitura, que enviou um comunicado oficial acerca da questão.
Em um dos pontos diz que “esses atos e a falta de compromisso dos servidores para com a população terão consequências graves em suas fichas funcionais”, o que deixa a entender que haverá desconto dos dias não trabalhados.
Leia na íntegra a nota oficial:
NOTA SOBRE GREVE DOS AGENTES DE SAÚDE
A Prefeitura de Campo Grande não reconhece a greve deflagrada nesta terça-feira (04.01), pelos agentes de saúde pública e de epidemiologia. Movimento este iniciado prematuramente, de forma irresponsável e leviana.
“As negociações estavam sendo levadas com naturalidade e a bom termo. Considero um crime o que estão fazendo, justamente neste momento em que a população mais necessita dos serviços prestados por estes servidores”, afirmou o prefeito Nelson Trad Filho a respeito da paralisação e referindo-se ao trabalho de prevenção à leishmaniose e à dengue, executado pelos agentes.
“Em nenhum momento, deixamos de responder às reivindicações dos servidores. É totalmente inexplicável esse movimento. Esses atos e a falta de compromisso dos servidores para com a população terão consequências graves em suas fichas funcionais”, assegurou o prefeito.
Levando em conta todos estes fatores, o prefeito Nelson Trad Filho informou que aqueles que aderirem ao movimento terão o ponto cortado “sem qualquer possibilidade de reparação posterior”.
Além disto, a partir deste momento, a paralisação será “judicializada” e os servidores em questão irão arcar com as conseqüências inerentes à atitude adotada.
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