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Brasil tem mais doutores, mas produz pouca inovação

2 Mar 2010 - 13h24Por Agência Senado
Como está a formação de mão-de-obra para enfrentar os desafios nos setores ligados à infraestrutura no país? Os especialistas ouvidos nesta segunda-feira (1º) em audiência pública na Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) traçaram um cenário preocupante. Com estímulos de agências governamentais como a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a produção científica, medida pela publicação de textos acadêmicos em revistas especializadas, cresceu muito e hoje o Brasil supera a Holanda e a Rússia, segundo o diretor de relações internacionais da Capes, Sandoval Carneiro Júnior, um dos participantes da audiência.

O sistema de pós-graduação brasileiro exibe números razoáveis: 4.100 cursos, por onde passaram mais de 150 mil alunos - um terço no doutorado e dois terços no mestrado. Mas isso não foi suficiente para assegurar inovação tecnológica: no triênio 2005-2007, o número de patentes registradas pelo Brasil no United States Patent and Trademark Office (USPTO) caiu 13% em relação ao triênio anterior (2002/2004), enquanto dois países que integram o chamado Bric - Índia e China - tiveram crescimento de 48% e de 53%, resepctivamente, no volume de patentes registradas no USPTO no período 2005-2007.

A Índia conseguiu 1.411 registros, enquanto na China esse número chegou a 2.764, ou seja, dez vezes o total brasileiro, que foi de 288 registros. De acordo com Carneiro, só a Polônia teve desempenho inferior ao Brasil no ranking do USPTO.

O diretor da Capes atribuiu o problema a uma opção da empresa brasileira: ao invés de investir em inovação, ela prefere comprar a tecnologia que vem de fora do país.
Enquanto o Samsug tem laboratório de pesquisa com 5 mil doutores, o conglomerado industrial brasileiro quase não emprega doutores - observou.

Na presidência da reunião, o senador Fernando Collor (PTB-AL) criticou a falta de visão do empresário brasileiro, que, segundo ele, sacrifica o futuro em função de resultados em curto prazo.

Engenheiros
Sandoval Carneiro afirmou que a capacidade de inovação tecnológica de um país e sua competitividade industrial estão ligadas ao desenvolvimento das engenharias, outra situação que considerou preocupante.

Em 2007, os engenheiros graduados correspondiam a 4,2% do total de formados em todos os cursos - relação que é de quase 30% na Coreia do Sul. No mesmo ano, foram oferecidas 198 mil vagas em faculdades de engenharia, mas apenas 115 mil foram preenchidas - 83 mil ficaram ociosas.

O mais grave, segundo Sandoval Carneiro, é a evasão dos alunos que ingressaram nos cursos, que chega a 60% nas escolas públicas e a 75% nas privadas. Dos engenheiros que se formam, apenas um em cada 3,5 exercem a profissão.

Se o Brasil crescer de 5% a 7%, um dos cenários traçados pelo Ipea, haverá falta de engenheiro - afirmou.

A situação preocupa tanto que o governo federal criou um grupo de trabalho presidido por Sandoval Carneiro com o objetivo de propor ações indutoras para estimular o ingresso de estudantes nos cursos de graduação na área das engenharias.

Ensino básico
O reitor da Universidade Castelo Branco, do Rio de Janeiro, Paulo Alcântara Gomes, disse que a solução para o problema deve começar no ensino básico, que precisa ser reforçado - ideia que recebeu o apoio de Fernando Collor.

A senadora Rosalba Ciarlini (DEM-RN), também presente à audiência, afirmou que o cuidado com as crianças desde a pré-escola forma cidadãos e profissionais mais habilitados para os novos desafios do mercado.

Alcântara Gomes defendeu "mudanças profundas" na formação de profissionais de todos os níveis. Observou que em 2009 um total de 1,7 milhão de vagas oferecidas por agências públicas de empregos não foram preenchidas por falta de qualificação dos pretensos candidatos.

Ele notou que a nova configuração das empresas, com os arranjos produtivos locais e o fortalecimento das microempresas, substituiu o conceito de empregado pelo de empreendedor.

O ex-presidente do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia Wilson Lang disse que o Brasil está diante do chamou de "apagão de gente", em que a demanda por profissionais qualificados não é atendida pelas escolas de formação.

Outro participante da audiência pública, Roosevelt Tomé Silva Filho, representante do Ministério de Ciência e Tecnologia, apresentou aos senadores as políticas para inclusão social adotadas pela pasta.

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