A televisão perdeu audiência nos últimos anos?
Pelo contrário, o Painel Nacional de Televisores do Ibope (que representa o universo de 17.270.800 domicílios das regiões metropolitanas de São Paulo, Rio, Porto Alegre, Curitiba, Florianópolis, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Fortaleza, Belém e Goiânia, além de Volta Redonda, Petrópolis, Campos, Uberaba, Uberlândia, Juiz de Fora, Governador Valadares e Campinas.), mostra que, em 2001, a média do total de aparelhos ligados era de 31,9%; e em 2006, foi de 34,4%.
Por que então as tradicionais maiores audiências - as novelas da Globo - têm caído?
Na prática, essas audiências têm sido transferidas para outras emissoras. O SBT e a Rede TV! perderam audiência, enquanto a Globo, Record, Bandeirantes e as TVs públicas (TVE/Cultura) ganharam.
Quanto tempo a TV toma da vida do brasileiro?
Ano passado o brasileiro passou, em média, 3h43 por dia na frente da televisão, há cinco anos passava 3h15/dia. Nossa média é menor do que a mundial que é 3h53 (2005). Os japoneses são os que mais vêem TV: 5h11 por dia. Depois vêm os americanos (4h31), Argentina (4h26), Itália (3h57), Canadá (3h42), Reino Unido (3h39) e França (3h26). A diferença é que eles vêem mais TV paga porque a programação da aberta é ruim.
A TV paga não tomou público?
O número de assinantes de pay TV subiu - de 3 milhões (2001) para 4,5 milhões (2006) - mas a participação na audiência é insignificante diante dos 40 milhões de domicílios com TV aberta.
Por que a TV por assinatura não cresce no Brasil?
A boa qualidade da aberta, mais o preço alto da pay TV e a condição econômica do País fizeram com que ela não crescesse.
É justo o Ibope ser responsabilizado pela má qualidade da TV?
Existem programas ruins e de qualidade que têm boa audiência. Então a premissa de que a guerra pela audiência piora a TV é falsa.
Que programas o senhor considera bons e ruins hoje?
Os telejornais e novelas são bem-feitos. Os programas policialescos e alguns humorísticos são muito apelativos.
Mas a onda dos policialescos já passou...
Não, no Nordeste. No Recife e em Fortaleza há programas do gênero líderes na hora do almoço.
Já houve tentativas de entrar no mercado de medição da audiência. Por que não deram certo?
A aferição é um sistema complexo, que exige muita tecnologia. O Nielsen tentou entrar no Brasil, mas esbarrou no fato de não fazer medição em tempo real, que passou a ser uma exigência do mercado brasileiro. O Ibope acabou comprando a operação do Nielsen em toda a América Latina. O Datanexus conseguiu fazer o real time, mas não desenvolver outras ferramentas.
O real time não existe no primeiro mundo?
Não, só está disponível em São Paulo, Buenos Aires e Santiago (operações do Ibope) e começa em agosto no Rio e, em novembro em Campinas. Em todo o mundo, os dados de audiência só são conhecidos no dia seguinte.
Não seria melhor ter mais de um instituto medindo a audiência?
Já tivemos concorrentes, mas o mercado optou por nós. E é assim em todos os lugares do mundo. O Nielsen Media faz nos Estados Unidos. Agb Nielsen opera na Inglaterra, Austrália, China e Itália. O GFR opera a Alemanha, e o Media Metrie, na França.
Estadão
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