Não foram apenas os maus resultados que derrubaram Vanderlei Luxemburgo no Atlético-MG. O técnico caiu porque também perdeu o controle sobre os atletas.
O descontentamento de grande parte do grupo com o treinador começou após uma derrota por 3 a 0 para o Botafogo, em 7 de agosto.
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"Nosso time tem que estar com fome", afirmou Luxemburgo naquela noite. "O trem está passando, e isso tem que incomodar o nosso grupo."
As declarações do treinador irritaram os jogadores mais experientes do elenco, mesmo aqueles que ele havia indicado para o clube.
A avaliação geral era de que o treinador capitalizava sozinho as vitórias e atribuía as derrotas aos jogadores.
Após aquela rodada (13ª), o Atlético-MG estava em penúltimo lugar. Agora é o 18º, com 29% de aproveitamento --muito abaixo do que o time teve em 2005 (37,3%), quando foi rebaixado à Série B.
O ambiente ficou pior no clube depois que o presidente Alexandre Kalil incentivou a torcida a "dar um cacete" em jogadores que estivessem na noite de Belo Horizonte.
Como forma de se proteger das ameaças da torcida --e de marcar posição contra Vanderlei Luxemburgo--, os líderes do elenco pediram para passar 15 dias concentrados no CT Cidade do Galo.
O pedido foi feito publicamente por Ricardinho, Diego Tardelli, Obina e Réver.
Depois desse pedido, o meia Ricardinho foi parar no banco de reservas --o que foi entendido pelos atletas como uma punição ao veterano.
Havia ainda o racha entre o grupo dos jogadores que estava no clube desde o ano passado e os que chegaram recentemente. Grosso modo, havia o grupo de Diego Tardelli (dos antigos) e de Diego Souza (dos novos).
Luiz Lombardi, assessor de imprensa de Vanderlei Luxemburgo, negou que o treinador tenha enfrentado problemas com os jogadores. "Simplesmente não funcionou. Não tem explicação. O relacionamento dele com todo mundo era ótimo lá."
Até a derrota por 5 a 1 para o Fluminense, Luxemburgo contava com o apoio do presidente Alexandre Kalil.
Mas já existiam cartolas do Atlético-MG pedindo a demissão do treinador havia muito tempo, desde que ele resolveu encerrar, em maio, a carreira do atacante Marques, ídolo do clube mineiro.
Marques queria parar de jogar no final do ano, mas Luxemburgo impediu que ele tivesse o contrato renovado, com a alegação de que o veterano não teria chances.
O treinador também recebeu muitas críticas porque a extensa comissão técnica que ele levou para o clube (oito pessoas) nunca conseguiu deixar os jogadores em forma ao longo da competição. Além de Luxemburgo, todos os profissionais levados por ele foram demitidos.
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