Menu
FARMÁCIA_CENTROFARMA_FULL
terça, 7 de maio de 2024
FARMÁCIA_CENTROFARMA_FULL
Busca
Busca
Brasil

Custos aumentam e põem o setor avícola em alerta

2 Mai 2011 - 08h54Por Gazeta do Povo

Componentes da ração subiram pelo menos 40% desde o início de 2010 e fizeram produtores reajustar preços, o que pode desacelerar as exportações de frango

FOZ DO IGUAÇU - O aumento dos custos de produção e a valorização do real diante do dólar podem já estar afetando a indústria avícola brasileira, que nota uma desaceleração no ritmo das exportações. Maior produtor e exportador de frango do país, o Paraná também se mostra preocupado com possíveis perdas no mercado externo e já procura alternativas para compensar a desaceleração das exportações registrada no primeiro trimestre do ano em comparação ao mesmo período de 2010.

Em relação ao início do ano passado, o milho e o farelo de soja, principais componentes da ração das aves, estão 70% e 40% mais caros, respectivamente. No mesmo período, o real ficou 7% mais caro em relação à moeda norte-americana. Para compensar o aumento dos custos, os exportadores têm elevado os preços.

O resultado desse movimento foi que, no primeiro trimestre, as exportações brasileiras somaram US$ 1,95 bilhão, 24,3% mais que em 2010. Se por um lado a estratégia segura a margem de lucro, por outro torna o frango brasileiro menos competitivo. “O câmbio abaixo de R$ 1,60 tem comprometido severamente a avicultura”, conta o gerente da divisão de Alimentos e Compras da Cooperativa Lar, Jair Meyer.

As exportações de frango continuam avançando razoavelmente bem. A questão é que o novo ritmo é mais lento que o esperado pelo setor. Em termos de volume, as vendas ao exterior, que haviam crescido 15% no primeiro bimestre em relação ao mesmo período de 2010, avançaram 10% no primeiro trimestre, também sobre igual período do ano passado, atingindo 934 mil toneladas de carne in natura e processada.

No Paraná, onde a avicultura mantém mais de 550 mil empregos diretos e indiretos, as exportações também vêm sentindo os reflexos do aumento do preço do milho e da soja e do real valorizado. No primeiro trimestre, o aumento nas exportações chegou a 13%, com 242 mil toneladas embarcadas, contra 214 mil toneladas no ano anterior. Na comparação com o crescimento do primeiro bimestre, a desaceleração no estado foi mais discreta que a da média brasileira – em janeiro e fevereiro, a alta foi de 15%, com 151 mil toneladas vendidas no exterior.

Soluções

Há quem aponte para saídas drásticas, como reduzir a produção, dispensar trabalhadores e frear os investimentos planejados para médio e curto prazo. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Avicultura (Ubabef), Francisco Turra, apesar de a demanda mundial continuar em alta e os resultados se aproximarem dos observados antes da crise econômica mundial, os volumes embarcados de frango não vêm mantendo o mesmo ritmo registrado no primeiro bimestre, reflexo da perda de competitividade do produto brasileiro, cujos preços já estão próximos dos cobrados por americanos e dos europeus.

Para Meyer, da Cooperativa Lar, caso o quadro se mantenha, o Paraná poderá seguir a tendência nacional de desaceleração. O primeiro passo será diminuir a produção. “Com as commodities em alta, a mão de obra pressionada e o dólar em baixa, quando o avicultor brasileiro faz a conversão da sua venda para o real, apesar de os preços internacionais estarem bons, vê que a receita é menor que a esperada. Para tudo há um limite, e quando ele começa a se aproximar é natural que se crie uma certa expectativa”, explica.

Os mercados consumidores internacionais, observa, estão atentos ao encarecimento da proteína animal, em especial a avícola. “Se essa situação não melhorar, certamente vamos perder mercado e toda a cadeia será prejudicada. Os criadores estão começando a rever o volume de abate porque sabem que não adianta reverter a produção para o mercado interno, que também está no limite”, comenta Meyer.

Oscilação incomoda

A falta de previsibilidade, aponta o presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins, é um dos maiores problemas enfrentados pelo setor, o que em parte justifica as oscilações. Mas Martins não se mostra preocupado com o atual ritmo das vendas. “Apesar da falta de previsibilidade e de outros problemas, como os de logística no estado, estamos crescendo a níveis chineses. Quando se cresce assim, é natural que em algum momento esse ritmo caia um pouco até que volte a subir. É o que estamos vendo agora.”

Maior produtor, Paraná exporta para 120 países

Maior produtor e responsável por 25% das exportações de carne de frango do país, o Paraná abateu no ano passado mais de 1,3 bilhão de cabeças de frango, o que corresponde a quase 3 milhões de toneladas de carne para consumo no mercado interno e externo. No mesmo período, foi embarcado 1 milhão de toneladas para mais de 120 países em todo o mundo, gerando um faturamento de US$ 1,69 bilhão. Com o consumo doméstico passando de 40 para 44 quilos per capita em 2010, o Brasil está entre os cinco países que mais consomem carne de frango no mundo.

O principal destino do frango continua sendo o Oriente Médio, puxado por Arábia Saudita, seguido da Ásia – que é impulsionada pelo Japão e tem a China pela primeira vez figurando entre os dez principais importadores. Novos mercados, como a Malásia e a Indonésia, também já demonstraram interesse em importar do Brasil. A conquista de novos mercados e a diversificação do produto, como novos cortes, despontam como solução mais eficaz para garantir a competitividade brasileira, alternativa que em momentos de retração tem se mostrado bastante viável e eficaz.

Apostando no fortalecimento da avicultura nacional, no início do mês a cooperativa Copacol, de Cafelândia, comprou metade das ações da BFC Alimentos e se uniu à cooperativa Coagru, de Ubiratã. Com a negociação inédita, fechada em R$ 22,5 milhões, a Copacol assumiu a participação da Big Frango na empresa e a conclusão do frigorífico projetado para abater até 300 mil aves por dia, iniciando as atividades em 2012. Até lá, devem ser investidos mais R$ 100 milhões na construção do abatedouro e na compra de equipamentos. Uma nova indústria para extração de farelo de soja usado na fabricação de ração vai consumir outros R$ 75 milhões.
 

Participe do nosso canal no WhatsApp

Clique no botão abaixo para se juntar ao nosso novo canal do WhatsApp e ficar por dentro das últimas notícias.

Participar

Leia Também

Prefeitura Municipal de Fátima do Sul Ajude
Solidariedade em Ação: Fátima do Sul mobiliza ajuda às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul
Ajude
Prefeitos da região se unem em solidariedade as vítimas de enchentes no Rio Grande do Sul
Fátima Fest 2024
O sonho de um fã devoto do cantor Luan Santana, conheça a história de Thiago de Dourados-MS
VEJA A LISTA
LISTA: Whatsapp deixa de funcionar em 35 modelos de celulares a partir desta quarta
Entretenimento
Confirmado: DJ Kevin confirma presença para agitar a 47ª Festa da Fogueira de Jateí

Mais Lidas

FOTO: GEONE BERNARDOTCHAU CALOR
TCHAU CALOR? após 9 dias de altas temperaturas confira o que vem na previsão para a semana
Fátima Fest 2024
O sonho de um fã devoto do cantor Luan Santana, conheça a história de Thiago de Dourados-MS
1a Expo Iguatemi
Fatimassulense Lucas Barbosa conquista o pódio no rodeio e fica entre os 5° melhores em Iguatemi-MS
Fotos: CBMMSAÇÕES NO RS
Bombeiros de MS resgataram mais de 900 pessoas e 200 animais no Rio Grande do Sul
TRAGÉDIA
'Te amarei eternamente': filha se despede de Juliana após trágico acidente em MS