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Leia o artigo "Questão de Ordem" de Carmelino Rezende

24 Out 2006 - 16h10
Uma questão de ordem
 
 
         O candidato Fábio Trad tem se irritado com a crítica de que sua candidatura à Presidência da OAB visa garantir a hegemonia da família Trad no Estado:  seu pai, Nelson, é deputado federal; seu irmão Nelsinho é o prefeito de Campo Grande; o outro irmão Marquinhos é deputado estadual, que já disse em entrevista à emissora de rádio local que sua irmã mais nova será candidata a vereadora da Capital nas próximas eleições.
 
         Tem ele inteira razão de se sentir discriminado. Afinal, qual a sua “culpa” por pertencer a uma família de políticos bem sucedidos.  Ninguém deve sofrer discriminação em razão de sua família, origem, cor, raça, credo, idade, etc.
 
         Acontece que o candidato está aparando em sua cabeça as pedras que ele mesmo atirou para o alto.  Quem não quer ser discriminado, não discrimina. 
 
         Ora, é ele próprio que tem dito que a OAB deve ser dirigida pelos jovens, que está no tempo de os antigos dirigentes irem para casa, insinuando-se oposicionista para se antepor a uma elite de advogados que, segundo afirma em discursos eloquentes, se digladiam em dois pólos e ele, quase messiânicamente, se arroga a terceira via.
 
         Essa é uma retórica da mais pura e espumante discriminação, porque se assenta em premissa falsa e odiosa, desmistificada pelo quotidiano do próprio candidato.
 
         Primeiro, porque sua candidatura nasceu dentro do atual Conselho Estadual da OAB e tem o apoio não só da maioria dos atuais Conselheiros, como também do Presidente em exercício e do anterior, de modo que se fosse para valer como meta verdadeira libertar os advogados do jugo dos líderes anteriores, os primeiros a serem “linchados” politicamente pelo candidato deveriam ser justamente seus principais apoiadores.
 
         Segundo, se fosse verdade que os antigos líderes deveriam ir para casa para que a “nova geração” assumisse naturalmente o espaço a que se destina, ele mesmo teria aconselhado seu velho pai, o deputado Nelson Trad, quatro vezes deputado federal, a seguir seu conselho ou, pelo menos, teria votado contra ele e a favor de outros jovens candidatos, fato que todos sabem não ser verdadeiro.
 
          É igualmente odiosa e discriminatória a afirmação categórica que, que se espalha, a guisa de campanha, de que alguém, por pertencer a este ou aquele escritório, carrega consigo, por isso só, a “maldição” de não poder ser um candidato independente e de sua plataforma representar um verdadeiro engodo, por ser tal candidato ventríloquo de outros interesses, um verdadeiro “lacaio”, conforme se referiu ao candidato Oton.
 
                   É bom relembrar o fato de que o candidato Fábio Trad foi eleito Conselheiro em função do prestígio não do atual e do anterior Presidente, mas justamente graças à força eleitoral dos que hoje, ele, como filho rebelde, abomina e condena como manipuladores do Conselho. 
 
Todavia, durante todo seu mandato, ele se calou sobre essa vexatória situação para denunciá-la somente agora, numa clara demonstração da falta de  coerência e substância da tese que ele hoje levanta, a não ser que se admita, apenas para argumentar, que ele tenha algum dia também atuado como ventríloquo de interesses outros, o que não é provável.
                  
          Por isso mesmo, quaisquer das candidaturas  -  Fábio Trad, Newley Amarilla, Oton Nasser, Nery Azambuja -  não podem ser desqualificadas por essas questiúnculas, que não tem fim, porque todas são decorrentes de preconceitos, oriundos do equívoco de se julgar alguém por conta de sua família, da sua idade ou da sua origem, o que não colabora nem um pouco para se estabelecer um verdadeiro e proveitoso debate de modo a oferecer condições aos advogados para a escolha de um verdadeiro programa de transformação e avanço para a  legendária OAB.
 
 
         Em se tratando de eleição, como de resto, de muitas outras escolhas que se faz na vida, o que importa é o mérito do que está em disputa: não só o mérito pessoal do candidato relacionado ao passado, à retidão moral, à firmeza de princípios, à formação intelectual, mas principalmente o mérito das propostas, da consistência das promessas feitas, e em especial da composição de forças que cercam sua candidatura, até porque a OAB  tem  uma direção coletiva, razão pela qual não se elege um Presidente, mas um Conselho Estadual.  Isso é o que importa.
 
 
Carmelino  Rezende
Advogado – OAB(MS) 723

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