Meningite provoca morte de idoso no Hospital Regional

Exame do líquor – líquido retirado da coluna vertebral do paciente – aponta que a causa da morte do aposentado Divo Perine, 71 anos, ocorrida no dia 1º de junho no HR (Hospital Regional Rosa Pedrossian), foi meningite causada por uma bactéria oriunda de uma pneumonia não tratada. Apesar dessa morte e a de um adolescente ocorrida no sábado passado com suspeita de ter sido também pela doença, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou que não há motivo para preocupação e que os números mostram que não há surto.

Segundo o diretor do HR, José Roberto de Almeida e Silva, explicou que o idoso deu entrada no hospital às 15h43 dia 1º de junho em estado grave, quase inconsciente, e morreu seis horas depois. O diagnóstico da doença ficou pronto recentemente e, mesmo que ele não tivesse morrido, não haveria necessidade de interná-lo no setor de isolamento em virtude de a bactéria que causou a doença não ser transmitida nem por contato íntimo.

Apesar da direção do hospital declarar que Perine não estava com meningite meningocócica, a filha dele, Chirley Adriana Barbosa Perine, disse ao Midiamax que o médico que atendeu o pai confirmou que o caso era do tipo mais grave e que poderia contaminar outras pessoas. “O médico me disse que era meningocócica. Ele me explicou que era contagiosa e disse tudo o que afetou no meu pai”, declarou à reportagem.

A operadora de caixa disse ainda que internou o pai na noite do dia 31 com encaminhamento do posto de saúde da Vila Almeida, onde o médico falou que a internação era de caráter urgente devido ao estágio avançado da meningite. “Ele me disse que era para eu falar no hospital que meu pai estava com meningite. Eu falei, mas ninguém quis saber”, disse Chirley, revelando que no HR enfermeiros e médicos o encaminharam para tomografia por acreditarem que ele tinha tido um traumatismo craniano.

Segundo Chirley, a confirmação da meningite saiu na quinta-feira, dia 1º, à noite, depois do pai dela ter tido convulsões e um ataque cardíaco. “Naquele hospital ninguém deu assistência. Ele morreu na sexta-feira de manhã”, disse a filha, contrariando o que foi informado pelo hospital. A instituição que, segundo ela, informou à funerária responsável que não havia necessidade do caixão ser lacrado. “Eu tive que obrigar a lacrarem o caixão”, relembrou.

A filha de Perine disse ainda que funcionários da funerária tomaram o medicamento necessário para evitar o contágio da doença e revelaram que, ao saírem do hospital, o idoso estava enrolado em um lençol do hospital e os funcionários disseram que não precisava devolver o tecido. “Os rapazes da funerária falaram que os enfermeiros disseram que não queriam aquele vírus lá [no hospital]”, conta.

Mesmo com a confirmação de apenas uma morte, a Sesau pediu à SES (Secretaria Estadual de Saúde) reposição de estoque do medicamento Rifampcina, utilizado na quimioprofilaxia de meningite. O remédio deve ser tomado por pessoas que tiveram contato com as vítimas para evitar que sejam contaminadas pelas bactérias ou vírus, conforme o caso. No entanto, Chirley disse que a família não foi procurada pelas autoridades de saúde para repassar qualquer informação a respeito da profilaxia.

Segundo o coordenador da Vigilância em Saúde da Sesau, Eugênio de Barros, após a notificação da meningite, o município orienta o uso do medicamento por dois dias seguidos. Ele afirmou ainda que os números não mostram que há surto de meningite e nem há motivo para grande preocupação da população.

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A meningite é uma doença que afeta o sistema nervoso através de contaminação por bactérias ou vírus. Ela é silenciosa e pode ser transmitida por contato intimo ou ainda com o uso do mesmo copo, por exemplo, de pessoas que têm alguma predisposição a doença e os primeiros sintomas são febre, dor de cabeça e a perca dos movimentos da nuca. No ano passado foram confirmados 75 casos de meningite, sendo 26 virais e 13 bacterianas e, dessas, cinco foram do tipo meningocócica e um por haemóphilus.

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