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Aos 66 anos e super disposta, vovó saiu escondida para curtir um som na feira

Idosa deu uma fugidinha só para curtir um som e vender os artesanatos na feira.

25 Ago 2016 - 13h00Por Campo Grande News

Não teve médico capaz de segurar dona Loide Correa dos Reis dentro de casa. Aos 66 anos e com uma alegria invejável, ela anda por aí distribuindo sorrisos e palavras que dão uma lição de como aproveitar as coisas simples e não desperdiçar um segundo da vida.

Foi assim que na última terça-feira, saiu de casa escondida, com a mala cheia de bugigangas, e foi pra Feira São Chico escutar um som e vender os artesanatos que produz nas horas vagas.

De um jeito simples e sem nenhum pouco de timidez, pediu um tempinho para se ajeitar para a foto e foi mais uma pessoa a nos inspirar durante uma reportagem. "Calma, deixa pegar meu dente na bolsa, você não se importa né?", perguntou rindo, enquanto procurava a dentadura na sacola.

De chapéu e avental colorido, feitos por ela mesma, Loide tem mesmo cara de vó, o que é um elogio, garante. "E eu sou vovó, gosto de ser vovó, mas olha, minha cabeça não acompanha meu corpo viu."

E não acompanha mesmo. Apesar do jeito vagaroso de andar, os cabelos brancos e a saúde delicada, ela tem uma energia que quase não cabe ali dentro.

Apesar de censurada pelos médicos, foi impossível para ela resistir a vontade de ir até feira, apesar do puxão de orelhas que iria levar dos filhos. "Eles nem sonham que estou aqui. Pedi pra vizinha dizer que eu fui passear, mas já tô vendo o puxão orelha que eles vão me dar. Vão achar que eu estou louca", ri.

 
Um vontade de viver e um sorriso que encanta. (Foto: Marcos Ermínio)Um vontade de viver e um sorriso que encanta. (Foto: Marcos Ermínio)

Para chegar, ela usa o transporte público e também foi assim que ficou sabendo da feirinha. "Passei aqui na frente de ônibus, vi e fiquei encantada, fui conversando com a Camila (organizadora), eu disse que viria e estou aqui hoje pela primeira vez", conta.

Bem arrumada e com um avental que ela customizou, começa a retirar as peças que trouxe na mala. Potes com amendoins, erva de tereré, a bíblia, um som e alguns CDs. "Vim mostrar meu trabalho, faço crochê para os potes, tenho alguns CDs para vender e quero ouvir umas mensagens bonitas", comenta.

O que ela deseja não é lucro, mas a liberdade de aproveitar a vida de um jeito simples.

Enfermeira por formação, trabalhou por muito tempo cuidando de pacientes nos últimos dias de vida, aprendeu então a importância do tempo. Hoje se dedica à igreja, cuida da casa e passa o dia produzindo de tudo um pouco. 

"Meu dia termina lá pelas 5h, aí eu janto e durmo. As vezes eu acordo 22h, me dá vontade de ir na feira central, eu pego ônibus e vou. Depois eu volto com ônibus até na porta da minha casa", comenta. 

Sem medo, dona Loide garante que anda sozinha pela cidade e nem pensa em usar o carro. "Imagina, eu só ando de ônibus. Tenho motorista particular e não gasto a sola do meu sapato. Mas também viajo de avião", diz mostrando alguns selos na mala que levou para a feira. 

Ela é paulistana, mas declara amor por Campo Grande desde a primeira vez que chegou aqui na companhia dos filhos e do marido. "Eu amo tudo nessa cidade. Já fui morar em São Paulo em 1994, mas voltei em 2005. Daqui não saio mais", declara.   

Viúva desde 2008, de lá pra cá mora sozinha. Com bom humor e naturalidade, lida muito bem até com os problemas de saúde. "Minha saúde é precária né, eu tenho flebite crônica que é má circulação. Só que isso é desde de 1982, imagina se eu ficaria parada desde lá? E o risco é ter uma trombose ou minha veia romper. Posso morrer a qualquer segundo sabe, mas isso pode acontecer a noite e eu nem ver, então se eu não morri até agora, eu aproveito a vida", declara sorrindo.

Para ela, envelhecer tem sido uma boa lição. "Eu sei que os meus filhos me cuidam por amor, mas quando eu fiquei velha eu melhorei 10 mil vezes. E eu sou chique bem, porque eu sou filha do rei, nosso rei é Deus, então eu sou princesa", acredita. 

É tanta energia e alegria, que Loide transborda por onde passa uma motivação. Cheia de fé, diz que é o segredo para não se sentir só. "Meus filhos já deixaram o ninho, mas eu vivo com Deus. Ele nunca me deixa sozinha e isso me motiva. É como um manual que eu sigo pra deixar a vida mais simples", diz.

Cheia de entusiamo, fala dos sonhos que ainda tem de realizar nesta vida. "Ainda vou escrever um livro, porque dizem que a gente nasce, cresce, casa, planta uma árvore e escreve um livro. Todas as frutas que eu comi, que estão no quintal, foi eu que plantei, então só me resta escrever e vou fazer isso ainda", promete. 

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