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PICOLEZEIRO

Família reza, mas picolezeiro de 79 anos não para com carrinho em casa

Vendedor famoso no Coronel Antonino teima com família e não abre mão de sair para vender picolé até durante a pandemia

29 Mai 2020 - 12h34Por Campo Grande News

O maior orgulho de José Flaviano de Jesus Filho, o Zezinho, é ter um carrinho de picolé. “Eu sou o picolezeiro mais conhecido da região”, comenta.

Não há um dia que os moradores dos bairros Coronel Antonino e Monte Castelo, por exemplo, deixem de ver o Zezinho andando pelas ruas vendendo picolés. “Na verdade, só diminui a caminhada, sabe como é, a idade chegou e não aguento mais andar muito. Mas todo dia eu saio para vender”, explica.

Ele não larga o osso nem durante a pandemia do coronavírus, apesar das súplicas da família, que já rezou e até tentou esconder o carrinho, sem sucesso. “A gente já pediu mil vezes, fez oração, até pensou em esconder esse carrinho, mas não adianta. Eu falo pra ele que a gente vai ser preso por ele ser teimoso e sair vendendo picolé por aí nessa idade”, comenta a ex-esposa, Elizete Fernandes Cristaldo, com quem ainda mantém relação de amizade.

Zezinho cai na risada e diz que não adianta. “Se alguém esconder o carrinho é porque eu já morri. Eu não consigo parar de trabalhar. Se eu ficar em casa eu morro de tristeza. Então eu vou vender picolé até o dia que Deus me levar”.

Rindo, mas sem esquecer das broncas, é a teimosia de Zezinho que fez Elizete manter amizade mesmo após o fim do casamento. “Não tem jeito, ele é o pai dos meus filhos. E mesmo quando nos separamos, nunca ensinei meus filhos a não gostarem do pai. Então, se Deus me levar primeiro, eu sei que ele precisa estar perto, então manter amizade é a melhor coisa, eu só espero que ele não pegue coronavírus”, alerta.

Zezinho diz que “essa doença não pega ele” e que para trabalhar mantém “todos os cuidados”. “Eu não aperto a mão de ninguém e só ando de máscara”, diz.

Sobre a recomendação de uso de álcool gel ele diz que conta com ajuda de um supermercado na Consul Assaf Trad. “Eu vou lá com meu carrinho e os meninos passam álcool, higienizam”.

Há 37 anos Zezinho é vendedor de picolé, que não abandona a andança nem no frio. “Acho que eu sou o único picolezeiro que vende no frio. Não abandono, porque tenho clientes fiéis”.

Lembra do tempo que vendia fiado na frente da escola Maestro João Correa Ribeiro e isso não era motivo de dor de cabeça. “Naquele tempo eu podia vender tranquilo, não tinha essa safadeza de hoje em dia”.

Hoje se pedem, ele não vende fiado, por vezes, acaba doando para quem realmente não tem. “Se eu posso dar eu dou”.

Natural de Cuiabá, Zezinho chegou aqui em 1967 para trabalhar na construção civil, diz que foi segurança em obras e dono de bar por muitos anos. Mas foi a dificuldade financeira que o fez vender picolé e “pegar gosto pela coisa”. Comecei vendendo para os outros, até o dia que consegui meu próprio carrinho, através de doação de amigos”.

O carrinho que empurra, ele diz que foi uma doação de trabalhadores do Corpo de Bombeiros na região do Coronel Antonino. “Eles que me ajudaram”.

Aos 79 anos, ele garante que tem “saúde boa” e está pronto para empurrar o carrinho por mais alguns anos. “Eu vou diminuir aos poucos, não posso parar de uma vez, ele é minha história”. Sobre os riscos da pandemia, ele é o mais otimista. “Vai passar, tudo passa”.

Já dona Elizete faz “não” com a cabeça e acrescenta. “Pode colocar aí que ele é um teimoso. E eu vou chamar atenção dele até o fim da vida”, ri.

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