As aulas vão voltar, mas sem um dos pipoqueiros mais queridos de Campo Grande. Aos 89 anos, o Baiano do Colégio Auxiliadora morreu hoje. Ele não resistiu a covid-19 e foi embora, sem se despedir da família. Com o protocolo imposto pelo coronavírus, teve de ser sepultado sem velório.
Seu Osório Prado Cardoso estava internado no Hospital Regional e faleceu às 3h15 deste domingo (9), foi uma das 5 vítimas da doença até o fim desta tarde na Capital. "Nosso Baiano se foi. Como testou positivo para Covid, não poderemos nos despedir dele", postou nas redes sociais a filha, Sebastiana Santana.
Em 2016, o antigo pipoqueiro foi reportagem do Lado B, do Campo Grande News. Ganhou a homagem em vida. Além da história dos 50 anos de dedicação ao ofício de pipoqueiro, ele também sensibilizou ao demonstrar a tristeza de não conseguir mais sobreviver com o dinheiro das vendas na porta da escola.
“A situação não está fácil, mora eu minha esposa e três filhos que até hoje não saíram de casa. A aposentaria quase não dá para comprar os remédios”, desabafou à equipe de reportagem há 4 anos.
Sensibilizados, ex-alunos fizeram uma vaquinha para ajudar o velho amigo e arrecadaram quase R$ 4 mil. No dia da entrega, véspera do Natal de 2016, Baiano chorou ao receber os R$ 3.813,00 doados.
"Olha, eu nem sei o que dizer, não sei falar palavras bonitas, mas queria conseguir apertar a mão de cada um. E eu desejo toda felicidade a quem fez isso por mim", agradeceu.
Ele sempre soube de como marcou gerações de estudantes. “Os alunos sabiam a hora de tocar o sino assim que subia o cheirinho da pipoca ali na janela”, contava o pipoqueiro. Hoje, esse cheiro e até o sabor devem ficar mais vivos na alma de muitos marmanjos em Campo Grande.
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